"Amo o Rio e vou à luta: Ouro negro sem disputa...
Contra a injustiça em defesa do Rio" | |
[...] - o petróleo é muito novo – prosseguiu o geólogo. – não tem um século de vida, pois praticamente começou em 1859 com o poço do Coronel Drake. Quando o petróleo apareceu em cena, o grande combustível era o carvão de pedra. E talvez que quando o petróleo acabe tenhamos que voltar ao carvão de pedra, muito mais abundante na natureza. Mas a culpa do petróleo acabar depressa vai caber aos americanos. Tiram petróleo demais; gastam-no demais. Quantos milhões de anos não levou a natureza para fabricar cada bilhão de barris que eles extraem anualmente? Nem tem conta. O petróleo é filho do sol, como também o carvão de pedra. O Sol é fonte da vida e, portanto, a fonte da matéria orgânica que gera o petróleo. Logo, o petróleo é o sol – são os raios dum sol de milhões de anos atrás que ficaram enterrados no seio da Terra. Os homens, esses engenhosos bichinhos, furam o chão e desenterram os raios de sol líquido. E os reduzem a gasolina, a querosene, a óleo combustível, a óleo lubrificante, a parafina, a supergás, a quase 300 produtos diferentes. Até perfumes eles tiram do petróleo bruto. E com esses ingredientes operam-se prodígios – sobretudo em matéria de transportes. Continuamente, pelo mundo inteiro, milhões de baratinhas metálicas, chamadas automóveis, percorrem os caminhos e as ruas em todas as direções. Cada vez mais o céu se enche das gigantescas aves mecânicas, chamadas aviões. Por cima dos mares correm aos milheiros os navios tocados a petróleo. Pelo seio das águas sulcam os submarinos movidos a petróleo. Por toda parte fábricas e mais fábricas rodam sem parar, graças à força do petróleo. O petróleo transformou-se no motor do mundo. - Por quê? - Porque não passa de energia mecânica sob forma líquida, facilmente transportável para todos os pontos da Terra. Que é uma caixa de gasolina? São milhares de calorias enlatadas. Cada litro de petróleo, quando queimado produz 12 mil calorias – muito mais que o carvão de pedra, a lenha e todas as coisas de queimar. Colocado num motor, esse petróleo se transforma em energia mecânica, a serviço de todos os trabalhos do homem – para puxar carros, para mover navios ou aviões, para levantar pesos nos guindastes, para movimentar as mil máquinas das fábricas, para tudo quanto o homem faz com o fogo ou com as pequeninas explosões dos gases. [...] Fonte: LOBATO, Monteiro. O Poço do Visconde. São Paulo: Brasiliense, 1965. Intenção do Enredo A G.R.E.S. Acadêmicos do Grande Rio inspirada por seu amor ao Rio de Janeiro se une para criar seu próprio manifesto a favor do clamor popular focando nos direitos aos benefícios provenientes sobre a produção petrolífera do nosso Estado; o Rio de Janeiro produz 83% de todo o petróleo existente no território nacional. Temos o ônus, merecemos o bônus! Muitos municípios – incluindo a nossa capital – são beneficiados por esses dividendos, promovendo melhorias, nos mais variados segmentos, como mobiliário urbano, segurança, transportes, inserção social entre outros. Traduzindo plasticamente toda esta cadeia, mostraremos em nosso desfile não só a produção e seus benefícios diretos como a formação de mão de obra qualificada dedicada à mesma. Estendendo estes benefícios ao crescimento urbano dos municípios, as melhorias se fazem notórias na educação, saúde, reorganização e expansão geográfica dos espaços, aglutinando a população e aos que lá chegam proporcionando mais conforto local em um todo. Entretanto, todas estas melhorias provocam mais gastos às suas prefeituras e obviamente os “Royalties” na maioria dos casos são a única fonte para a manutenção operacional e financeira do município. Está aqui o cerne desta questão tão polêmica no âmbito político com projetos de leis que ainda não foram votadas nas esferas de Brasília, que visam à diluição destes proventos entre todos os municípios da Federação. Caso isso ocorra, os atuais municípios beneficiados não conseguirão sobreviver dos parcos recursos que restarão e como conseqüência será notória a degradação urbana e sua falência administrativa e financeira causando danos irreversíveis para estes logradouros e sua população não atendida. A criação deste repasse, inicialmente, visa à manutenção do equilíbrio ecológico com varias medidas de contenção, projetadas para cada região, onde equipes de técnicos das mais variadas especialidades dedicam-se a minimizar o possível desastre à biodiversidade local que, certamente, atingiria toda a população. Atualmente o Carnaval é a maior e mais espetacular festa popular onde podemos sambar brincar e nos divertir na maior liberdade, mas também nos dá a possibilidade de atingir os corações dos que nos acompanham in loco ou através dos mais variados meios de comunicação com enredos que espelham quem somos – o que queremos e merecemos – e este com certeza nos toca diretamente – o respeito ao nosso querido Estado do Rio de Janeiro e aos que aqui vivem e trabalham. Somos uma massa homogênea, consciente de seus deveres clamando por seus direitos em uma só voz a levantar a bandeira contra a [...] “Injustiça em defesa do Rio”… Roberto Szaniecki Carnavalesco SINOPSE SETORIZADA PARA COMPOSITORES Introdução: A descoberta de petróleo na camada pré-sal, localizada a 7 mil metros abaixo do nível do mar em uma área de 200 quilômetros de largura e 800 quilômetros de extensão, pode colocar o Brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo. Ainda não foi totalmente estabelecida a quantidade exatas de petróleo na camada pré-sal, os impactos ambientais, além das regras para a exploração desse petróleo, porém a distribuição dos royalties sobre esta produção além da já existente, vem sendo um dos assuntos mais discutidos sobre o pré-sal. O termo “royalties” originou-se na Inglaterra, no século XV. Ele foi criado como uma forma de compensação (pagamento) à realeza em virtude de disponibilizar suas terras à exploração de minério. Atualmente, esse termo é utilizado para definir o pagamento ao dono de uma patente. No Brasil, o valor arrecadado pelos royalties do petróleo é dividido entre a União, estados e municípios produtores ou com instalações de refino e de auxílio à produção. Mostraremos através dos setores os benefícios que a indústria do petróleo proporciona ao Estado do Rio de Janeiro e aos Municípios diretamente ligados a esta produção e também as conseqüências danosas no caso de faltarem os recursos necessários para o desenvolvimento social, urbano e ambiental provido por estes “ROYALTIES”. Abertura: A Plataforma da Produção. Conhecimento, coragem, força e determinação. Uma plataforma de extração de petróleo é como um grande conjunto de engrenagens que forma um motor perfeito. Desta estrutura partem homens bravos e suas máquinas maravilhosas que, como um cardume em deslocamento, vai até o limite de suas forças para conseguir extrair do fundo do mar azul o ouro negro e líquido que vai impulsionar o nosso desfile. Abrimos o nosso desfile com a frenética produção e toda a operação em alto mar para a extração, transporte e refino do petróleo que é a mola mestra da aquisição dos dividendos sociais e financeiros que mostraremos. Plasticamente reproduziremos as Plataformas com o vai e vem de veículos de transportes, o trabalho insalubre e também as refinarias transformando o OURO NEGRO em produtos para a comercialização. Setor 1: Produtos Petrolíferos. O mundo é um ser vivo, é como uma máquina que precisa se manter lubrificada para o bom funcionamento. O petróleo é o sangue que movimenta esse ser, esse “ecossistema” onde tudo é interligado. Cada parte trabalhando pelo bem do todo: desde o transporte deste ouro líquido e negro até o processamento e, posteriormente, o escoamento e a utilização dos produtos gerados a partir dele. Neste setor abriremos o leque de possibilidade de produtos e suas aplicações no nosso cotidiano. Os combustíveis que movem grande parte da economia do País pelas estradas, ferrovias, espaço marítimo, fluvial e aéreo. O uso dos materiais plásticos e suas variantes, borrachas sintéticas e componentes químicos e suas utilidades. Tudo isso visando à importância destes industrializados no nosso dia a dia, sem que nos apercebamos dos mesmos. É uma demonstração da inegável versatilidade destes derivados do petróleo. Setor 2: Mão de Obra da Indústria PetrolíferaO petróleo gera o progresso, estimula o crescimento e o alcance de novas tecnologias. Faz-se necessária a formação e o aperfeiçoamento profissional. Impulsiona o saber para o bem fazer, como uma grande corrente que gira como força motriz do ciclo “conhecimento – aplicação –produtividade – riqueza”. Com a expansão desta indústria e a demanda cada vez maior da produção, o interesse na formação de profissionais dedicados a essa área tem se tornado o foco das empresas diretas e indiretamente ligadas ao setor para suprir as lacunas do crescimento exponencial das mesmas. A Indústria Naval “OFF-SHORE” absorve metalúrgicos, técnicos em eletrotécnica e eletrônicos, profissionais em áreas de hidráulica, cientistas e pesquisadores de materiais e produtos são alguns dos muitos profissionais requisitados. Como dito antes, operários, técnicos e acadêmicos também apóiam como satélites toda a produção. Começam assim as vantagens desta demanda, pois o investimento na formação destes especialistas cria toda uma teia de pessoas dedicadas a ensinar e aplicar seus conhecimentos para o progresso e excelência destes profissionais sempre tão exigidos. Traduzindo em melhores aplicações dos recursos diretos e indiretos, obviamente beneficiam os que se dedicam a tal, melhores salários e condições de vida. Os municípios e as cidades também se preparam para receber o alvo desta demanda provocando um crescimento demográfico que tem de ser atendido em seus anseios e necessidades, os quais, nos próximos setores serão vistos. Setor 3: Educação, Esporte, Lazer e Inclusão O progresso proporciona o direito à cidadania. Para o bem viver, mens sana in corpore sano. Cidades que respeitem o cidadão e lhes dê acesso ao saber, a Arte, cultura, esporte, saúde e oportunidade de uma vida digna e feliz. Dando continuidade aos processos de melhoria de vida nos logradouros em desenvolvimento a aplicação dos recursos do petróleo vão em direção ao social. O dinamismo dos trabalhos dessas comunidades exige iniciativas que facilitem a população. A criação de creches, a melhoria do ensino: básico, médio e superior vira prioridade. Aliado a estas demandas, o esporte e o lazer complementam as ações educacionais e independentes, projetos nas áreas artísticas como: dança, teatro, artesanato entre outros, potencializam novos talentos promovendo uma perspectiva mais otimista para o futuro. Outras ações a serem citadas direcionam-se a terceira idade com a oportunidade de alfabetização e campanhas para a melhoria da saúde e incentivo ocupacional criando cooperativas e associações de várias ordens, gerando oportunidades àqueles que já não se encontram no mercado de trabalho formal e lícito. Setor 4: O equipamento Urbano e a preservação do Patrimônio Histórico Cuidar do que é nosso, preservar o passado para melhor construir o futuro. Não podemos perder a poesia de ver os barcos voltando ao final da tarde depois de um dia de pesca. O puxar ritmado das redes, comprar o peixe na beira da praia. Ter o prazer de um mergulho num recife de corais. O passeio na antiga praça, o namoro em frente ao coreto. O bucólico repicar dos sinos da Igrejinha ou apenas apreciar as sacadas dos antigos casarios em total harmonia com as modernas construções. Passado preservado, presente garantido e futuro promissor através dos investimentos proporcionados pelos recursos do petróleo que impulsionam o turismo e o crescimento das cidades sem detrimento de sua história promovendo o progresso com qualidade. As prefeituras das cidades beneficiadas acabam por priorizar também as obras de infra-estrutura para melhorar o Equipamento Urbano. Água, esgoto, energia elétrica, asfalto e todo o processo de modernização local encontram o aporte financeiro para a sua realização. Como conseqüência o conforto urbano abre novas oportunidades de negócios. O incentivo ao turismo é reforçado pelo esforço conjunto na preservação de locais e construções históricas já que a região costeira do norte do estado é bastante representativa do período colonial brasileiro. As tradições de subsistência das regiões também são incentivadas como é a pesca artesanal, com melhores meios de escoamento da produção e construção de equipamentos como: mercados, feiras cobertas, docas, entre outros, além do atrativo das praias e vales pacatos muito freqüentados nas altas temporadas e feriadões. Setor 5: Serviço de Utilidade Pública Nosso desejo e nossa esperança é a de que os royalties do petróleo continuem a ser usados para a maior infra-estrutura das cidades. Saúde, segurança, coleta de lixo, preservação do espaço urbano, são apenas alguns dos aspectos cobertos com os recursos advindos desta compensação financeira aos municípios que produzem ou beneficiam esta riqueza. O aumento proporcional da população demanda mais atenção das prefeituras com os cidadãos. Os implementos de saúde com novos ambulatórios, hospitais e unidades de pronto atendimento (UPA) aos poucos conferem mais qualidade e variedade de especialidades, conferindo a estes locais a independência sobre outros municípios, principalmente, ao Rio de Janeiro Capital. A segurança envolvendo a policia local e estadual também desfruta de investimentos em instalações mais bem equipadas, veículos modernos, novos pontos de apoio para a população em geral e aos turistas, além da manutenção do equipamento existente. Não podemos nos esquecer também da formação de novos profissionais nas áreas já citadas. O cuidado com o parque urbano também passa pela eficiência na limpeza com um serviço mais dinâmico da coleta de lixo e na preservação dos parques e jardins, aliando este último ao patrimônio arquitetônico, confere ares de total organização urbana que todas as cidades buscam em suas administrações. Setor 6: Produção Ambiental e o Caos Como crescer e, ao mesmo tempo preservar? Como explorar sem destruir? Como manter o equilíbrio desse enorme e ao mesmo tempo frágil ecossistema que engloba o mar e a terra? Tirar do fundo o ouro negro sem macular o oceano que o acolhe. O respeito à exuberante natureza que tudo nos proporciona. Esse é o grande enfoque. Essa é a meta a ser alcançada. Essa é a nossa luta! Um dos primeiros princípios para a criação dos repasses dos direitos aos municípios produtores ou beneficiados está ligado diretamente à preservação e contenção de qualquer acidente ambiental. O investimento nesta área passa pela pesquisa e aprofundados estudos do ecossistema local gerando regras capazes de dar contenção e minimizando os danos de algum infortúnio. São biólogos, geólogos, oceanógrafos e toda uma série de profissionais focados neste frágil equilíbrio na terra e no mar. Os estudos desse manancial de vida passam pela catalogação de espécies vivas, gerando um banco de dados e de preservação genética “in vitro” para desenvolvimento imediato e futuro caso um dia, isso seja necessário. Conclusão:Todo potencial de propriedade e crescimento dos municípios e do próprio Estado do Rio de Janeiro está ameaçado caso os recursos dos “Royalties” advindos da produção petrolífera venha a faltar. Esse desenvolvimento dos municípios está diretamente ligado aos proventos que geram no mínimo a manutenção dos projetos já existentes. Sendo direto, grande parte dos municípios simplesmente faliria por não ter como gerar outras fontes de captação capazes de suprir os custos de suas obrigações com o seu chão e sua população. Algumas cidades maiores estariam em problemas sérios nos campos, principalmente nos serviços de segurança pública e saúde, fora a deteriorização do equipamento urbano, já que não haveria o investimento necessário para a manutenção nem do que já existe. Finalmente, incluindo um provável, porém indesejável desastre ambiental tomaria proporções muito maiores por não ter no primeiro momento como se mobilizar de forma rápida e eficiente, o projeto de contenção pré-estabelecido. É uma situação de grande apreensão onde o Estado do Rio de Janeiro e muitas cidades e municípios se encontram. A incerteza toma conta de todos nós e é mais do que louvável levantarmos esta bandeira contra essa injustiça, pois nosso povo muito já fez para crescer com afinco, paixão e trabalho. E não é justo que agora nos tirem a esperança de dias melhores que aos poucos tem se desenhado no horizonte das nossas vidas. A Acadêmicos do Grande Rio em 2013, assim como toda a comunidade de Duque de Caxias, se une a todos os Municípios produtores de Petróleo e em uníssono conclama sua indignação contra o desrespeito de que estamos sendo vitimados. Temos orgulho de ser brasileiros, amamos o RIO e vamos à luta! Roberto Szaniecki Carnavalesco . |
domingo, 29 de julho de 2012
Sinopse do GRES Acadêmicos do Grande Rio, Carnaval 2013
Sinopse do GRES Unidos da Tijuca, Carnaval 2013
DESCEU NUM RAIO, É TROVOADA! O DEUS THOR PEDE PASSAGEM PRA MOSTRAR NESSA VIAGEM A ALEMANHA ENCANTADA
A Unidos da Tijuca mostra, em 2013, ano da Alemanha no Brasil, todo o encanto da cultura alemã e sua importância na história da humanidade. A contribuição desse país, que é uma das maiores potências do planeta, atravessa todos os campos do conhecimento: ciência e tecnologia; arte e cultura. Para celebrar esse encontro e conquistar a Avenida num instante, um raio cruza a passarela e aproxima dois mundos tão distantes. Odin envia seu filho, o poderoso Thor, para conduzir seres mágicos dos tempos pagãos, anões e gigantes, dragões e duendes, elfos e gnomos pela Sapucaí e revelar a força da influência alemã. Esses conhecidos personagens inspiram até hoje as mais diversas produções artísticas. Habitantes de florestas sombrias brincam com a imaginação humana, atiçam a curiosidade, impondo oráculos e segredos, construindo um imaginário misterioso e caótico que só os deuses podem controlar. Os personagens da mitologia nórdica foram amplamente divulgados pela Alemanha e alimentam histórias extraordinárias entre homens e divindades.
Essa força criativa produz obras revolucionárias e revela grandes nomes que povoam a galeria de gênios da arte e da cultura que inspiram autores no mundo inteiro: as sinfonias de Beethoven; o teatro crítico de Bertolt Brecht, que desfila mendigos, bandidos, prostitutas e vigaristas; a literatura de Goethe e o mito de Fausto, que vende sua alma ao diabo para satisfazer seus desejos impossíveis. Das telas do cinema alemão dos anos de 1930, surge O Anjo Azul, um típico cabaré em sua atmosfera nebulosa de sedução e prazer.
De onde vem tanta criatividade? Que outros lugares e personagens fantásticos de nossa infância foram recolhidos às páginas dos livros e se tornaram universais para povoar todos os mundos em todas as linguagens? Era uma vez… um jeito de brincar a vida inteira para que nem o tempo se canse de recriar novas brincadeiras. Quem criou aqueles momentos de construir cidades, cenários e cenas onde pequenos personagens e peças são montados e desmontados para divertir as crianças?
Quem inventa encontra soluções simples ou descobre formas inovadoras de transformar. Ousa libertar a palavra presa aos manuscritos, torná-la impressa, ao alcance de todos. É capaz de aumentar a velocidade, provocar o deslocamento rápido, o desenvolvimento. O inventor coloca motor no automóvel, dispara como um foguete, como um raio! Novas tecnologias e descobertas levam a outros lugares e conquistam um futuro inventado, planejado.
E quem enfrentou o desafio de se antecipar, partir mais cedo e chegar nessas terras tão distantes num tempo em que atravessar não durava só um instante? Imigrantes aqui semearam os gostos de outra terra. Beberam, comeram e plantaram os frutos da Alemanha. E misturaram isso tudo no país que tudo mistura. Vai trovejar na Avenida e cair raio o ano inteiro pra festejar a Alemanha desse jeito brasileiro!
Isabel Azevedo
Simone Martins
Ana Paula Trindade
Paulo Barros
Sinopse do GRES Mocidade Independente de Padre Miguel, Carnaval 2013
"Eu vou de Mocidade com Samba e Rock In Rio - Por um
mundo melhor" | |
Que viaja na contramão, Neste universo de sambas, De estrelas “bambas” Como rocha que rola solta ao léu, Um coração aberto, alado, Com asas de liberdade Que se abrem pra Mocidade, E se desfaz no céu, Faço-me um “PULSAR”, “SUPER NOVA”, A “Pop Star”, com luz que irradia, A energia que atrai e guia Sou o Rock and Roll, a rebeldia, Independente de Padre Miguel. Num “Big-Bang” musical, Venho trazer algo de novo, Romper barreiras, invadir a festa, Pra contagiar o povo, E com o poder da criação, Como a terra assim se fez, Imaginar... que bom seria, “Se a vida começasse agora”, “E o mundo fosse nosso outra vez...” Num gesto de estender a mão, Venho apagar preconceitos E com ousadia, conduzir com bravura Todos numa só direção, “Uma só voz, uma canção...”, Canção de amor e respeito, Que propõe união, Uma doce mistura, Fazer um “swing” bacana, Do “Chiclete com Banana”, Da Guitarra e do Pandeiro, Do teclado e do Tamborim, Do Roqueiro e do Sambista, Num encontro maneiro, “Pro meu samba ficar assim”. Bebop, baticumbum “É o Samba-Rock, meu irmão...”, Juntos, na mesma praça, Num sonho de carnaval, Vem me dá tua mão, Somos “dois em um”, que o Rio abraça, E que nos mostra, mundo a fora, Vem, vamos juntos com a Mocidade, Mudar de vez a história, E nela, escrever mais um capítulo, No sonho que começa agora Era uma vez... Houve um tempo, Que uma cortina de chumbo, O Brasil envolvia, Porém, um sonho verde esperança, Também nascia, Vislumbrando um horizonte novo, E dele, um brado forte e direto se ouvia, Livre e jovem, na voz de seu povo, Foi então, que um certo homem, Com um sonho certo, Imaginou o Rio, um palco aberto, A taba de todas as tribos Unidas num festival, A celebração da música Da arte e da cultura E da vida, em alto astral E o sonho se construiu em aço E da lama se fez brotar a flor, Um belo lírio de paz, Uma ideia feliz de futuro, Um pensamento capaz, De unir o mundo através da música, Num pequeno planeta a se formar, Diverso, repleto, Daquilo que há de mais profundo, Ou, que imaginamos sonhar, De tudo um pouco, Um pouco de tudo e mais, Muito de música, muito de gente, Diferentes, juntos, iguais, E foram dias de felicidade, Incandescentes, Noites inesquecíveis, Envolventes, Noites de estrelas, Que iluminaram legiões, Preencheram mentes e corações, Com o que há de bom de vida, O melhor que dela flui, Sentimento que ficou como tatuagem, Naqueles que seguiram em frente, A lembrar com alegria e orgulho, E a dizer simplesmente: Eu Fui! E assim se passaram 06 anos... E a vida segue, o mundo roda, Solto como uma bola, E no templo do futebol, É o rock que rola, No tempo marcado, o tempo de cantar, Levei craques da música, A pisar o gramado, Driblando a rivalidade, Fiz de cada lance, um momento encantado, E todo estádio se transformar, Era como um anel de luz, aliança, A se envolver e se encontrar, Como uma linha de passe, A sintonia, O “que antes dividia,” “versus”, Uniu-se em versos, numa canção, E virou sinergia, E o som se tornou uma só bandeira, A balançar na melodia, Como um show à parte, Ou parte do show E se propagou no agito, De pura emoção e de alegria A explodir o coração, Numa imensa “hola”, como magia, Num mesmo grito É Maraca, Rock in Rio, É massa! É gol! Uma década se passa... E na roda do tempo, O amanhã é incerto, De um mundo disperso, Sem atenção, Eu fiz soar um sino de alerta, O silêncio que desperta, À conscientização, Tempo de refletir, Hora de pensar, E fazer a música impedir, O progresso que avança, Lançar o som que alcança, O mundo que corre, E fazê-lo parar, Era hora de acordar, De usar a mente, em cena aberta, E fazer do rock, a voz da razão, Ecoar sons por todo o planeta, Amplificar a canção Em música e letra, Como instrumento de ação, Ser acordes do bem maior, Acordes pela vida, Por um futuro de paz, E me fiz à rocha, um marco, De um “Rock in Rio” que faz, Cantar “por um mundo melhor” Tempo que avança, tempo de mudança, Mas “navegar é preciso” E foi preciso mudar, Jogar-me ao mar e esquecer, Outro, de lágrimas, Daqueles que aqui deixei ficar, E segui os ventos, Pra respirar outros ares, Onde a música pode levar, E “por mares nunca dantes navegados” Ao contrario dos descobridores, Eu fui o navegante inverso, Rumo ao velho porto de além-mar, Num mar de fados e de versos, Pronto a me aventurar, Seria o acaso, Ou uma brisa boa? Descrito por “Camões” Ou num poema de “Pessoa” Que fez do Tejo Lusitano, Outro Rio por abraçar? A resposta não tarda, O poeta faz explicar, “tudo vale à pena Se a alma não é pequena” Valeu a pena navegar, E descobrir numa boa, Que apesar do grande mar que nos separa, Maior é o coração que nos une, E a alma que nos ampara, Na mesma língua, a voz que ecoa, Na música, no Rock in Rio ou em Lisboa, E a Europa jamais seria a mesma... E assim... Eu segui meu caminho, E o velho mundo se abriu, E abraçou o sonho novo, O sonho por viver, De se entregar, se dar, Um mundo a se entender, Através da música sem fronteiras, Cigana sem pátria, sem bandeiras, Livre a percorrer estradas, E por elas se deixar levar, Como linhas da vida, do destino, Portas abertas por adentrar, E rompi a terra de sangue e areia, Com a força implacável de um touro, Indomável Rock, “olé” que incendeia, O chão ibérico de rubro e ouro, Tangendo as guitarras flamencas, Na arena feita de aço, Eu desbravei, conquistei passo a passo, A terra madre, Madrid, “España, soñada” De Galdi, Miró e Picasso E foram mais 10 anos... Sim, tudo na vida passa, Só não passa a saudade, Da cidade-mãe que um dia deixei, E cruzei novamente o oceano, Como um filho a correr pro abraço, Pra dizer feliz pro meu Rio: Estou aqui, “Eu voltei!”, Voltei renovado, ainda mais forte, Tanto quanto eu sempre quis, Fiz do meu sonho, realidade, Da Taba, uma cidade-diversidade, A fórmula para um mundo mais feliz, Sou o “Rock In Rio”, rocha em fusão, Amálgama a ligar culturas, Em constante transformação, A cidade eterna da alegria, Sou a magia em forma de emoção, Na arte viva de luz e som, De corpo, alma e coração, Ponto a romper a linha do horizonte Pra levar ao mundo a minha mensagem. Eu irei! Seguir a minha viagem, essa história sem ponto final Que se escreve a cada momento Como som que hoje bate em meu peito, Um sentimento, Um desafio, um novo sonho, um ideal, De ver juntos, “na Apoteose”, Numa só voz, no carnaval, O samba e o rock, uma overdose, De união, paz e felicidade, Uma insólita mistura, delírio, loucura, Que com certeza não faz mal, O futuro a Deus pertence, O nosso começa agora, A Mocidade traz o novo, de novo, Indiferente aos velhos preconceitos, Abre o seu coração ao povo, Independente de ser samba ou rock, É a arte, é a música, é o presente, Ou melhor, um presente, Para o mundo inteiro receber E perceber Como seria bom imaginar “Que a vida começasse agora, E a gente não parasse de amar, De se dar, de viver...” ÔÔÔÔÔÔÔÔ ROCK IN RIO... Alexandre Louzada Carnavalesco |
sexta-feira, 27 de julho de 2012
Jacarezinho divulga logotipo do enredo sobre Jamelão
A Unidos do Jacarezinho divulgou o logotipo pra o enredo em homenagem a voz maior do samba carioca, Jamelão. O enredo que se chamava "Puxador não, intérprete!", sofreu pequena mudança em seu nome, passando a ser "Puxador não...Intérprete! Por Mestre Jamelão". A escola será a primeira a desfilar pelo Grupo de Ouro, na sexta-feira de carnaval.
quinta-feira, 26 de julho de 2012
Lançamento do CD "Baú da Dona Ivone"
Dona Ivone Lara com amigos da música |
Na noite desta quarta-feira - 25 de julho de 2012 - foi lançado no Teatro Rival Petrobrás, o projeto "Baú da Dona Ivone", um CD com músicas inéditas da primeira dama do samba. O Cd é um projeto com parceiria do Município do Rio de Janeiro. Dona Ivone não canta no CD, mas suas lindas composições são interpretadas por grandes intérpretes da MPB, como Maria Bethânia, Caetano Veloso, Nelson Sargento, Beth Carvalho, Nei Lopes, Delcio Carvalho, entre outros.
O show foi dividido em duas partes: na primeira, apresentaram-se alguns dos cantores que participaram da gravação do Cd:
André Lara – Áurea Martins – Monarco – Nelson
Sargento – Delcio Carvalho – Juninho Thybau – Luiza Dionizio - Ciraninho da Portela; na segunda, Dona Ivone deu o ar de sua graça, sentada numa cadeira de rodas cantou seus grandes sucessos ao lado de seu parceiro, produtor do CD, Bruno Castro e de seu neto, André Lara.
No final do show, houve parabéns a Nelson Sargento, que estava aniversariando e o prefeito junto com o secretário de educação saudaram a Rainha do Samba. Isso porque o Cd não será comercializado, pelo menos não agora. O "Baú da Dona Ivone" será distribuido pelas escolas do município do Rio de Janeiro, para que todas as crianças conheçam a obra de Dona Ivone Lara, que foi educada no internato do Colégio Municipal Orsina da Fonseca, no bairro da Tijuca.
Aos 91 anos de idade, Ivone Lara demonstrou estar muito lúcida, cantou com voz firme suas músicas, agradeceu ao público e aos amigos e brincou com todos. Foi reverenciada por Nelson Sargento, que disse mais uma vez: "SE A MÚSICA TIVESSE FORMA HUMANA, SERIA IVONE LARA"!!!!!!!
quarta-feira, 25 de julho de 2012
Sinopse do GRES Inocentes de Belford Roxo, Carnaval 2013
"As Sete Confluências do Rio Han" | |
A água me contou muitos segredos
Guardou meus segredos Refez meus desenhos Trouxe e levou meus medos (Caetano Velloso)
O GRES Inocentes de Belford Roxo tem a honra de abrir o Maior Espetáculo da
Terra, apresentando o enredo As Sete Confluências do Rio Han. Conta com a
proteção de Yondung Halmoni, a Deusa do Vento, e o desejo de águas calmas para
fazer fluir sua história, acompanhada do bater dos tambores Buk e Janggu, que
vêm dar acento a nosso samba. A Escola traz as tradicionais moradas coreanas que
há 50 anos vem imigrando para o Brasil. Vai contar 5.000 anos de história em uma
saga poética e ilustrando algumas décadas da jovem nação que surpreendeu o mundo
com seu avanço, crescendo com a força de um tigre. Vai entrelaçar passado –
marcado por batalhas, resistências e luta, presente – com a afirmação de uma
nova identidade – e o futuro que se afigura brilhante, no ritmo das águas e ao
sabor das marés. Vai buscar no fundo das águas a força das mulheres
mergulhadoras, as haenyos, e vai contar o recomeço desta antiga nação, bela e
resistente como sua Rosa de Sharon, a Mungunghwa, flor símbolo da Coréia do
Sul.
O homem é resultado das gerações que o procedem, de um longo processo
acumulativo que desenha seus traços e molda sua cultura. Mas é um ser mutante,
cuja vontade leva ao crescimento e às mudanças, ele domina seu destino, reverte
caminhos, traça novos rumos para si. Assim é a Coréia, uma nação que decidiu
mudar, escolheu um futuro para si e transformou-se radicalmente em um curto
intervalo de tempo.
No Brasil a crescente colônia coreana trouxe a riqueza de suas tradições e
moldou-se ao país da antropofagia. A bordo do gigante navio holandês
Tjitjalenka, os primeiros coreanos trouxeram seus sonhos de prosperidade.
Navegar é neste sentido uma construção de ilusões. No Bom Retiro brasileiro a
saudade e a esperança se encontram, a caminho da Liberdade. Nestes pontos a
colônia se concentra para manter vivas as tradições dos homens que tem Hananim
no coração.
O enredo da Inocentes flui como água, usando a tradição e a contemporaneidade
para mostrar a riqueza dual da nação. De forma lúdica vamos desdobrar cultura,
religião, indústria e progresso como aspectos confluentes de um mesmo povo.
Rituais, danças, alegorias, cores e sons peculiares vão contribuir para a
personificação da Coréia na Marquês de Sapucaí.
Vão rufar os yengos, invocando os espíritos e abrindo a dança para os céus –
o calendário lunar avisa que é dia de festa para celebrar a boa colheita. A
colheita que para nós é um belo desfile.
As tradições milenares e a nova tecnologia se unem com a benção de Maytreia e
a combinação dos traços dos povos que compõem um mosaico de cores e tons que
simbolizam mais do que a inificação de bandeiras, reinos, dinastias, tradições.
A soma é maior que as partes. O movimento das águas mistura e purifica. Suas
correntes não aprisionam, libertam para a utopia que veleja entre o real e o
imaginário, confluindo neste Rio de Janeiro, a cidade do Maravilhoso, que tem
também a sua mistura, de ginga, paixão e fé, que orienta o Brasil.
Carnavalesco – Wagner Gonçalves
Pesquisa e texto – Roberta Alencastro Guimarães e Wagner Gonçalves |
Sinopse do GRES Portela, Carnaval 2013
"Madureira... onde o meu coração se deixou levar" | |
Rio de Janeiro, 1970.
Avenida Presidente Vargas. “Nesta Avenida colorida a Portela faz seu carnaval...” Com o rosto molhado de suor e lágrimas, vejo a minha Escola conquistar a plateia com mais um desfile. Agora com um sabor especial, se aquecendo... “senti meu coração apressado, todo o meu corpo tomado, minha alegria voltar...” E então pensei: “Meu coração tem mania de amor...” E que amor é esse que me conquista a cada dia? Que amor é esse que move toda essa gente? De onde vem isso tudo e como essa história começou? E é isso que vou descobrir. E assim, com a alma aquecida de emoções, lá fui eu para Madureira, de trem, cantando samba, assim como Paulo Benjamin fazia décadas atrás. “Eu canto samba Porque só assim eu me sinto contente Eu vou ao samba Porque longe dele eu não posso viver...” Quero trilhar os caminhos desse povo, como um “peregrino”, descobrir sua gente, sua cultura, sua fé, o seu canto e o seu samba. Descobrir sua história. Pisar onde outrora pisaram tropeiros, escravos, boiadeiros, mercadores e imperadores, caminhos de trabalho e suor, onde antes só se viam fazendas, engenhos e fé, afinal toda essa história começa pela fé. E o povo dança, o povo canta; dança o branco, dança o negro. “Pisei na pedra A pedra balanceou Levanta meu povo Cativeiro se acabou” Negros fugidos, negros forros. Festa, jejum e esmola. Samba, dança, música e religião. Enfrentar a dor através da arte. Casas de umbanda e casas de candomblé, liderança e mistério, atraindo a atenção para a “roça”. Caminhos de terra, caminhos de ferro. E o povo vai chegando, de tudo quanto é direção. Imigrantes de dentro e de fora. Os caminhos viram estradas. Estradas de terra, estradas de ferro. Chega o progresso e com ele os ambulantes, que depois viram mercadinhos, os mercadinhos viram mercados e os mercados viram mercadões. E eu... vou seguindo meu caminho. Vou ouvindo batuques, ritmos e sons. Sons sincronizados, parecendo sapateado. Mas são apenas sons de pés, que dançam, chutam e pulam. Pés que vão construindo outros caminhos. Não importa se num tablado, no asfalto ou na grama, o importante é a ginga, que por vezes me lembra a de um malandro. Como tantos que esta história construiu. Ou como tantos que aqui chegaram para construir outras histórias. Malandros loiros, brancos, mulatos, sararás, crioulos. Assim como as músicas, loiras, brancas, mulatas, sararás e crioulas, ou como se diz agora: black. “No carnaval, esperança Que gente longe viva na lembrança Que gente triste possa entrar na dança Que gente grande saiba ser criança” E o batuque continua. Marchinhas, mascarados, coretos, baianas, blocos de sujo, carnaval... São os caminhos da folia! Caminhos da fantasia, onde cada um é o que deseja ser, onde mulher pode virar homem e homem, virar mulher. E é através da fantasia, do sonho, que nascem duas das maiores Escolas de Samba da história. E que orgulho hoje ver Portela e Império, juntas, a cantar que esse nosso lugar “que é eterno no meu coração. E aos poetas traz inspiração pra cantar e escrever”. Madureira é assim. Amor, atividade intensa, vivida com orgulho suburbano, lugar de morada da altiva nobreza popular, pois aqui reside a Majestade do Samba. “Não posso definir Aquele azul Não era do céu Nem era do mar...” Tantos são os caminhos, e por eles vou atrás de suas histórias, me sentindo cada vez mais parte integrante dela, deste lugar e destes caminhos, que hoje se encontram mais uma vez, afinal... Sou Paulo, sou Paulinho, da Viola e da Portela. E tenho muito orgulho em contar esta história para vocês, afinal... “o meu coração se deixou levar.” E, agora, o mesmo trem que me trouxe, me leva de volta, e continuo batucando, não mais como Paulo Benjamin fazia, mas como todos os Portelenses continuam fazendo ainda hoje, preservando a sua memória e o seu lugar, que eternamente será conhecido como a “Capital do Samba”. “Madureiraaa, lá lá laiá.”Paulinho da Viola, pelas mãos de Paulo Menezes (e mais uma vez os caminhos se cruzam). Este enredo é dedicado aos noventa anos da Portela e a todos os portelenses que, infelizmente, não estão mais entre nós, mas que continuam abençoando a Portela lá de cima, do Olimpo dos sambistas.Enredo e pesquisa: Paulo Menezes e Carlos Monte |
Sinopse do GRES Imperatriz Leopoldinense, Carnaval 2013
"Pará - O Muiraquitã do Brasil" | |
"Sob a nudez forte da verdade, um manto diáfano da fantasia."
(Eça de Queiroz)
Bateu com o pé direito no chão com mais força, depois cuspiu para frente!
Pronunciou duas ou três vezes com voz rouca:
Hê, hyá, hyá, hyá, e seguiu dizendo:
Cúara tece o inicio do dia
É de manhã! O oby tinge a retina dos olhos de quem vê Chocalho de cobra, onça pintada, ariranha, garça branca e guará! Cheiro de mato. É o Uirapuru quem canta primeiro. Levo as mãos à pedra verde: Dê-me a sorte, oh Muiraquitã!
O ibitu sopra o destino das águas
Faz o verde do aningal se apekúi Por de trás da folha verde se vê o povo Tupinambá! No corpo, seu manto sagrado de pena Na alma, a incorporação do poder de um gavião real! Festança de índio, dia para ritual! É Karajá, Tapajó, Kayapó, Arara, Araweté, Munduruku e Assurini. Sou morubixaba de tudo que se vê por aqui!
No verde encontrei riqueza, "jóia" de índio!
A riqueza que "karaiba" gostou: O sabor do açaí, a fibra do cupuaçu, tucumã, taperebá e bacuri. Peixe do rio, caroço da inajá! É meu, mas eles querem! A cobiça cruza nossas águas em barco grande Os olhos do Mapinguari vê A boiúna faz as águas se apekúi É gente que chega! Gente de todo canto A taba pinta o corpo pra luta
Tupã faz o céu roncar!
Tá guardado no seio da natureza a riqueza que eles procuram De tudo um pouco eles querem levar Do ouro da serra à seiva que escorre da ferida no tronco da árvore Faz seus olhos brilharem!
A "fortuna" que a borracha do tempo ainda não pode apagar!
Tá aqui até os dias de hoje Em fachada de casa Em cristal de lustre que "alumeia" a beleza do theatro.
Até hoje é assim!
Pra falar de riqueza pelas bandas daqui, tem que voltar pra floresta O dono da terra é quem ensina como é que faz pra lidar com a natureza Pois é dessas matas que as sementes colhidas vão enfeitar outros chãos. Dar adeus a floresta nativa, ser polida, jóia cabocla... sonho de artesão.
Nesse dia, quando o homem aprender com a gente daqui,
a natureza respeitar Todo povo vai sair na rua pra cantar. Nas terras do Marajó, Santarém ou em Belém. Nossa gente vai festejar:
Traz jambú, camarão seco, tucupi e mandioca.
Oferta a toda gente o tacacá! Leva o Boi pra rua Faz festa pra saudar o Boto! Põe a Marujada pra dançar!
Saia de roda e estampa florida
Roda menino, gira menina Canta a ciranda mais bonita Dança o Carimbó e o Siriá! "Treme" o Povo do Pará!
O artesão fez a sua peça mais bela para ofertar:
Cestaria, cerâmica, um trançado de juta Da cabaça ele fez cuia, do Miriti arte para brincar!
O Romeiro ergue as mãos
Fita com os olhos o azul que tinge o céu. A santa ouviu a prece do caboclo:
Outubro se faz agora!
Meu povo já está na rua Do altar do carnaval se avista o andor e a berlinda florida A voz do povo faz o canto ecoar mais uma vez Quem pede é o folião, Por hoje, romeiro de fé:
Oh Santa!
Dai-me nas Cinzas desta quarta-feira, O caminho para mais uma vitória E uma alegria para a vida inteira!
O Pará, seu sabor, seu cheiro, sua gente, suas tradições,
estão na Avenida. É a Imperatriz quem lhe apresenta aos olhos do mundo: No futuro, um exemplo a ser seguido.
Carnavalescos:
Cahê Rodrigues, Kaká e Mario Monteiro
Pesquisa e texto:
Cahê Rodrigues e Leandro Vieira
GLOSSÁRIO:
Hê, hyá, hyá, hyá – Canto tupinambá Cuara – sol Oby – verde Ibitu – vento Apekúi – alvoraçar Morubixaba – cacique, chefe da tribo karaíba – homem branco Mapinguari - Mapinguari tem o corpo todo coberto de pelos, com a aparência de um enorme macaco. Possui um único olho na testa e uma boca gigantesca que se estende até a barriga. Boiuna - Cobra grande Taba – Aldeia, Lugar Muiraquitã- Espécie de amuleto da sorte para os índios Kayapos, Mundurucu,Asirini, Tapajós, Tupinambás: Tribos Indígenas O Aningal - é uma plantação característica das ilhas aluviais dos rios amazônicos, principalmente às margens dos rios e igarapés amazônicos. Cupuaçu,Tucumã, Bacuri, Taperebá – Frutas da região Jambú - É uma erva típica da região norte do Brasil, principalmente região amazônica e no estado do Pará. Tucupi – É um tempero e molho de cor amarela extraído da raiz da mandioca. Tacacá - É uma iguaria da região amazônica brasileira, em particular do Pará. O Síria - Dança brasileira originária do município de Cametá, localizado no estado do Pará. O Carimbó - A mais extraordinária manifestação de criatividade artística do povo paraense, misturando dança e canto. A Marujada – Uma das mais belas manifestações religiosas do folclore paraense. O "Treme" - é o mais recente ritmo do Pará. Uma mistura de música eletrônica misturada a outros ritmos populares do estado. Berlinda – Espécie de cúpula que leva a nossa Senhora do Nazaré no dia da procissão. |
Sinopse do GRES União da Ilha do Governador, carnaval 2013
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