"As Sete Confluências do Rio Han" | |
A água me contou muitos segredos
Guardou meus segredos Refez meus desenhos Trouxe e levou meus medos (Caetano Velloso)
O GRES Inocentes de Belford Roxo tem a honra de abrir o Maior Espetáculo da
Terra, apresentando o enredo As Sete Confluências do Rio Han. Conta com a
proteção de Yondung Halmoni, a Deusa do Vento, e o desejo de águas calmas para
fazer fluir sua história, acompanhada do bater dos tambores Buk e Janggu, que
vêm dar acento a nosso samba. A Escola traz as tradicionais moradas coreanas que
há 50 anos vem imigrando para o Brasil. Vai contar 5.000 anos de história em uma
saga poética e ilustrando algumas décadas da jovem nação que surpreendeu o mundo
com seu avanço, crescendo com a força de um tigre. Vai entrelaçar passado –
marcado por batalhas, resistências e luta, presente – com a afirmação de uma
nova identidade – e o futuro que se afigura brilhante, no ritmo das águas e ao
sabor das marés. Vai buscar no fundo das águas a força das mulheres
mergulhadoras, as haenyos, e vai contar o recomeço desta antiga nação, bela e
resistente como sua Rosa de Sharon, a Mungunghwa, flor símbolo da Coréia do
Sul.
O homem é resultado das gerações que o procedem, de um longo processo
acumulativo que desenha seus traços e molda sua cultura. Mas é um ser mutante,
cuja vontade leva ao crescimento e às mudanças, ele domina seu destino, reverte
caminhos, traça novos rumos para si. Assim é a Coréia, uma nação que decidiu
mudar, escolheu um futuro para si e transformou-se radicalmente em um curto
intervalo de tempo.
No Brasil a crescente colônia coreana trouxe a riqueza de suas tradições e
moldou-se ao país da antropofagia. A bordo do gigante navio holandês
Tjitjalenka, os primeiros coreanos trouxeram seus sonhos de prosperidade.
Navegar é neste sentido uma construção de ilusões. No Bom Retiro brasileiro a
saudade e a esperança se encontram, a caminho da Liberdade. Nestes pontos a
colônia se concentra para manter vivas as tradições dos homens que tem Hananim
no coração.
O enredo da Inocentes flui como água, usando a tradição e a contemporaneidade
para mostrar a riqueza dual da nação. De forma lúdica vamos desdobrar cultura,
religião, indústria e progresso como aspectos confluentes de um mesmo povo.
Rituais, danças, alegorias, cores e sons peculiares vão contribuir para a
personificação da Coréia na Marquês de Sapucaí.
Vão rufar os yengos, invocando os espíritos e abrindo a dança para os céus –
o calendário lunar avisa que é dia de festa para celebrar a boa colheita. A
colheita que para nós é um belo desfile.
As tradições milenares e a nova tecnologia se unem com a benção de Maytreia e
a combinação dos traços dos povos que compõem um mosaico de cores e tons que
simbolizam mais do que a inificação de bandeiras, reinos, dinastias, tradições.
A soma é maior que as partes. O movimento das águas mistura e purifica. Suas
correntes não aprisionam, libertam para a utopia que veleja entre o real e o
imaginário, confluindo neste Rio de Janeiro, a cidade do Maravilhoso, que tem
também a sua mistura, de ginga, paixão e fé, que orienta o Brasil.
Carnavalesco – Wagner Gonçalves
Pesquisa e texto – Roberta Alencastro Guimarães e Wagner Gonçalves |
quarta-feira, 25 de julho de 2012
Sinopse do GRES Inocentes de Belford Roxo, Carnaval 2013
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