Carnaval

domingo, 29 de julho de 2012

Sinopse do GRES Acadêmicos do Grande Rio, Carnaval 2013





"Amo o Rio e vou à luta: Ouro negro sem disputa...
Contra a injustiça em defesa do Rio"

Uma Inspiração…

[...] - o petróleo é muito novo – prosseguiu o geólogo. – não tem um século de vida, pois praticamente começou em 1859 com o poço do Coronel Drake. Quando o petróleo apareceu em cena, o grande combustível era o carvão de pedra. E talvez que quando o petróleo acabe tenhamos que voltar ao carvão de pedra, muito mais abundante na natureza. Mas a culpa do petróleo acabar depressa vai caber aos americanos. Tiram petróleo demais; gastam-no demais. Quantos milhões de anos não levou a natureza para fabricar cada bilhão de barris que eles extraem anualmente? Nem tem conta. O petróleo é filho do sol, como também o carvão de pedra. O Sol é fonte da vida e, portanto, a fonte da matéria orgânica que gera o petróleo. Logo, o petróleo é o sol – são os raios dum sol de milhões de anos atrás que ficaram enterrados no seio da Terra. Os homens, esses engenhosos bichinhos, furam o chão e desenterram os raios de sol líquido. E os reduzem a gasolina, a querosene, a óleo combustível, a óleo lubrificante, a parafina, a supergás, a quase 300 produtos diferentes. Até perfumes eles tiram do petróleo bruto. E com esses ingredientes operam-se prodígios – sobretudo em matéria de transportes.

Continuamente, pelo mundo inteiro, milhões de baratinhas metálicas, chamadas automóveis, percorrem os caminhos e as ruas em todas as direções. Cada vez mais o céu se enche das gigantescas aves mecânicas, chamadas aviões. Por cima dos mares correm aos milheiros os navios tocados a petróleo. Pelo seio das águas sulcam os submarinos movidos a petróleo. Por toda parte fábricas e mais fábricas rodam sem parar, graças à força do petróleo. O petróleo transformou-se no motor do mundo.

- Por quê?
- Porque não passa de energia mecânica sob forma líquida, facilmente transportável para todos os pontos da Terra. Que é uma caixa de gasolina? São milhares de calorias enlatadas. Cada litro de petróleo, quando queimado produz 12 mil calorias – muito mais que o carvão de pedra, a lenha e todas as coisas de queimar. Colocado num motor, esse petróleo se transforma em energia mecânica, a serviço de todos os trabalhos do homem – para puxar carros, para mover navios ou aviões, para levantar pesos nos guindastes, para movimentar as mil máquinas das fábricas, para tudo quanto o homem faz com o fogo ou com as pequeninas explosões dos gases. [...]

Fonte: LOBATO, Monteiro. O Poço do Visconde. São Paulo: Brasiliense, 1965.


Intenção do Enredo

A G.R.E.S. Acadêmicos do Grande Rio inspirada por seu amor ao Rio de Janeiro se une para criar seu próprio manifesto a favor do clamor popular focando nos direitos aos benefícios provenientes sobre a produção petrolífera do nosso Estado; o Rio de Janeiro produz 83% de todo o petróleo existente no território nacional. Temos o ônus, merecemos o bônus!

Muitos municípios – incluindo a nossa capital – são beneficiados por esses dividendos, promovendo melhorias, nos mais variados segmentos, como mobiliário urbano, segurança, transportes, inserção social entre outros.
Traduzindo plasticamente toda esta cadeia, mostraremos em nosso desfile não só a produção e seus benefícios diretos como a formação de mão de obra qualificada dedicada à mesma.

Estendendo estes benefícios ao crescimento urbano dos municípios, as melhorias se fazem notórias na educação, saúde, reorganização e expansão geográfica dos espaços, aglutinando a população e aos que lá chegam proporcionando mais conforto local em um todo.

Entretanto, todas estas melhorias provocam mais gastos às suas prefeituras e obviamente os “Royalties” na maioria dos casos são a única fonte para a manutenção operacional e financeira do município. Está aqui o cerne desta questão tão polêmica no âmbito político com projetos de leis que ainda não foram votadas nas esferas de Brasília, que visam à diluição destes proventos entre todos os municípios da Federação.

Caso isso ocorra, os atuais municípios beneficiados não conseguirão sobreviver dos parcos recursos que restarão e como conseqüência será notória a degradação urbana e sua falência administrativa e financeira causando danos irreversíveis para estes logradouros e sua população não atendida.

A criação deste repasse, inicialmente, visa à manutenção do equilíbrio ecológico com varias medidas de contenção, projetadas para cada região, onde equipes de técnicos das mais variadas especialidades dedicam-se a minimizar o possível desastre à biodiversidade local que, certamente, atingiria toda a população.

Atualmente o Carnaval é a maior e mais espetacular festa popular onde podemos sambar brincar e nos divertir na maior liberdade, mas também nos dá a possibilidade de atingir os corações dos que nos acompanham in loco ou através dos mais variados meios de comunicação com enredos que espelham quem somos – o que queremos e merecemos – e este com certeza nos toca diretamente – o respeito ao nosso querido Estado do Rio de Janeiro e aos que aqui vivem e trabalham.

Somos uma massa homogênea, consciente de seus deveres clamando por seus direitos em uma só voz a levantar a bandeira contra a [...] “Injustiça em defesa do Rio”…

Roberto Szaniecki
Carnavalesco

SINOPSE SETORIZADA PARA COMPOSITORES

Introdução:
A descoberta de petróleo na camada pré-sal, localizada a 7 mil metros abaixo do nível do mar em uma área de 200 quilômetros de largura e 800 quilômetros de extensão, pode colocar o Brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo.

Ainda não foi totalmente estabelecida a quantidade exatas de petróleo na camada pré-sal, os impactos ambientais, além das regras para a exploração desse petróleo, porém a distribuição dos royalties sobre esta produção além da já existente, vem sendo um dos assuntos mais discutidos sobre o pré-sal.

O termo “royalties” originou-se na Inglaterra, no século XV. Ele foi criado como uma forma de compensação (pagamento) à realeza em virtude de disponibilizar suas terras à exploração de minério. Atualmente, esse termo é utilizado para definir o pagamento ao dono de uma patente.

No Brasil, o valor arrecadado pelos royalties do petróleo é dividido entre a União, estados e municípios produtores ou com instalações de refino e de auxílio à produção.

Mostraremos através dos setores os benefícios que a indústria do petróleo proporciona ao Estado do Rio de Janeiro e aos Municípios diretamente ligados a esta produção e também as conseqüências danosas no caso de faltarem os recursos necessários para o desenvolvimento social, urbano e ambiental provido por estes “ROYALTIES”.

Abertura: A Plataforma da Produção.

Conhecimento, coragem, força e determinação. Uma plataforma de extração de petróleo é como um grande conjunto de engrenagens que forma um motor perfeito. Desta estrutura partem homens bravos e suas máquinas maravilhosas que, como um cardume em deslocamento, vai até o limite de suas forças para conseguir extrair do fundo do mar azul o ouro negro e líquido que vai impulsionar o nosso desfile.

Abrimos o nosso desfile com a frenética produção e toda a operação em alto mar para a extração, transporte e refino do petróleo que é a mola mestra da aquisição dos dividendos sociais e financeiros que mostraremos.
Plasticamente reproduziremos as Plataformas com o vai e vem de veículos de transportes, o trabalho insalubre e também as refinarias transformando o OURO NEGRO em produtos para a comercialização.


Setor 1: Produtos Petrolíferos.
O mundo é um ser vivo, é como uma máquina que precisa se manter lubrificada para o bom funcionamento. O petróleo é o sangue que movimenta esse ser, esse “ecossistema” onde tudo é interligado. Cada parte trabalhando pelo bem do todo: desde o transporte deste ouro líquido e negro até o processamento e, posteriormente, o escoamento e a utilização dos produtos gerados a partir dele.

Neste setor abriremos o leque de possibilidade de produtos e suas aplicações no nosso cotidiano.
Os combustíveis que movem grande parte da economia do País pelas estradas, ferrovias, espaço marítimo, fluvial e aéreo. O uso dos materiais plásticos e suas variantes, borrachas sintéticas e componentes químicos e suas utilidades. Tudo isso visando à importância destes industrializados no nosso dia a dia, sem que nos apercebamos dos mesmos. É uma demonstração da inegável versatilidade destes derivados do petróleo.


Setor 2: Mão de Obra da Indústria PetrolíferaO petróleo gera o progresso, estimula o crescimento e o alcance de novas tecnologias. Faz-se necessária a formação e o aperfeiçoamento profissional. Impulsiona o saber para o bem fazer, como uma grande corrente que gira como força motriz do ciclo “conhecimento – aplicação –produtividade – riqueza”.

Com a expansão desta indústria e a demanda cada vez maior da produção, o interesse na formação de profissionais dedicados a essa área tem se tornado o foco das empresas diretas e indiretamente ligadas ao setor para suprir as lacunas do crescimento exponencial das mesmas.

A Indústria Naval “OFF-SHORE” absorve metalúrgicos, técnicos em eletrotécnica e eletrônicos, profissionais em áreas de hidráulica, cientistas e pesquisadores de materiais e produtos são alguns dos muitos profissionais requisitados. Como dito antes, operários, técnicos e acadêmicos também apóiam como satélites toda a produção.

Começam assim as vantagens desta demanda, pois o investimento na formação destes especialistas cria toda uma teia de pessoas dedicadas a ensinar e aplicar seus conhecimentos para o progresso e excelência destes profissionais sempre tão exigidos. Traduzindo em melhores aplicações dos recursos diretos e indiretos, obviamente beneficiam os que se dedicam a tal, melhores salários e condições de vida.

Os municípios e as cidades também se preparam para receber o alvo desta demanda provocando um crescimento demográfico que tem de ser atendido em seus anseios e necessidades, os quais, nos próximos setores serão vistos.


Setor 3: Educação, Esporte, Lazer e Inclusão
O progresso proporciona o direito à cidadania. Para o bem viver, mens sana in corpore sano. Cidades que respeitem o cidadão e lhes dê acesso ao saber, a Arte, cultura, esporte, saúde e oportunidade de uma vida digna e feliz.

Dando continuidade aos processos de melhoria de vida nos logradouros em desenvolvimento a aplicação dos recursos do petróleo vão em direção ao social. O dinamismo dos trabalhos dessas comunidades exige iniciativas que facilitem a população.

A criação de creches, a melhoria do ensino: básico, médio e superior vira prioridade. Aliado a estas demandas, o esporte e o lazer complementam as ações educacionais e independentes, projetos nas áreas artísticas como: dança, teatro, artesanato entre outros, potencializam novos talentos promovendo uma perspectiva mais otimista para o futuro. Outras ações a serem citadas direcionam-se a terceira idade com a oportunidade de alfabetização e campanhas para a melhoria da saúde e incentivo ocupacional criando cooperativas e associações de várias ordens, gerando oportunidades àqueles que já não se encontram no mercado de trabalho formal e lícito.


Setor 4: O equipamento Urbano e a preservação do Patrimônio Histórico
Cuidar do que é nosso, preservar o passado para melhor construir o futuro. Não podemos perder a poesia de ver os barcos voltando ao final da tarde depois de um dia de pesca. O puxar ritmado das redes, comprar o peixe na beira da praia. Ter o prazer de um mergulho num recife de corais. O passeio na antiga praça, o namoro em frente ao coreto. O bucólico repicar dos sinos da Igrejinha ou apenas apreciar as sacadas dos antigos casarios em total harmonia com as modernas construções. Passado preservado, presente garantido e futuro promissor através dos investimentos proporcionados pelos recursos do petróleo que impulsionam o turismo e o crescimento das cidades sem detrimento de sua história promovendo o progresso com qualidade.

As prefeituras das cidades beneficiadas acabam por priorizar também as obras de infra-estrutura para melhorar o Equipamento Urbano. Água, esgoto, energia elétrica, asfalto e todo o processo de modernização local encontram o aporte financeiro para a sua realização. Como conseqüência o conforto urbano abre novas oportunidades de negócios. O incentivo ao turismo é reforçado pelo esforço conjunto na preservação de locais e construções históricas já que a região costeira do norte do estado é bastante representativa do período colonial brasileiro.

As tradições de subsistência das regiões também são incentivadas como é a pesca artesanal, com melhores meios de escoamento da produção e construção de equipamentos como: mercados, feiras cobertas, docas, entre outros, além do atrativo das praias e vales pacatos muito freqüentados nas altas temporadas e feriadões.


Setor 5: Serviço de Utilidade Pública
Nosso desejo e nossa esperança é a de que os royalties do petróleo continuem a ser usados para a maior infra-estrutura das cidades. Saúde, segurança, coleta de lixo, preservação do espaço urbano, são apenas alguns dos aspectos cobertos com os recursos advindos desta compensação financeira aos municípios que produzem ou beneficiam esta riqueza.

O aumento proporcional da população demanda mais atenção das prefeituras com os cidadãos. Os implementos de saúde com novos ambulatórios, hospitais e unidades de pronto atendimento (UPA) aos poucos conferem mais qualidade e variedade de especialidades, conferindo a estes locais a independência sobre outros municípios, principalmente, ao Rio de Janeiro Capital.

A segurança envolvendo a policia local e estadual também desfruta de investimentos em instalações mais bem equipadas, veículos modernos, novos pontos de apoio para a população em geral e aos turistas, além da manutenção do equipamento existente. Não podemos nos esquecer também da formação de novos profissionais nas áreas já citadas.

O cuidado com o parque urbano também passa pela eficiência na limpeza com um serviço mais dinâmico da coleta de lixo e na preservação dos parques e jardins, aliando este último ao patrimônio arquitetônico, confere ares de total organização urbana que todas as cidades buscam em suas administrações.


Setor 6: Produção Ambiental e o Caos
Como crescer e, ao mesmo tempo preservar? Como explorar sem destruir? Como manter o equilíbrio desse enorme e ao mesmo tempo frágil ecossistema que engloba o mar e a terra? Tirar do fundo o ouro negro sem macular o oceano que o acolhe. O respeito à exuberante natureza que tudo nos proporciona. Esse é o grande enfoque. Essa é a meta a ser alcançada. Essa é a nossa luta!

Um dos primeiros princípios para a criação dos repasses dos direitos aos municípios produtores ou beneficiados está ligado diretamente à preservação e contenção de qualquer acidente ambiental. O investimento nesta área passa pela pesquisa e aprofundados estudos do ecossistema local gerando regras capazes de dar contenção e minimizando os danos de algum infortúnio. São biólogos, geólogos, oceanógrafos e toda uma série de profissionais focados neste frágil equilíbrio na terra e no mar. Os estudos desse manancial de vida passam pela catalogação de espécies vivas, gerando um banco de dados e de preservação genética “in vitro” para desenvolvimento imediato e futuro caso um dia, isso seja necessário.


Conclusão:Todo potencial de propriedade e crescimento dos municípios e do próprio Estado do Rio de Janeiro está ameaçado caso os recursos dos “Royalties” advindos da produção petrolífera venha a faltar.
Esse desenvolvimento dos municípios está diretamente ligado aos proventos que geram no mínimo a manutenção dos projetos já existentes.

Sendo direto, grande parte dos municípios simplesmente faliria por não ter como gerar outras fontes de captação capazes de suprir os custos de suas obrigações com o seu chão e sua população.
Algumas cidades maiores estariam em problemas sérios nos campos, principalmente nos serviços de segurança pública e saúde, fora a deteriorização do equipamento urbano, já que não haveria o investimento necessário para a manutenção nem do que já existe.

Finalmente, incluindo um provável, porém indesejável desastre ambiental tomaria proporções muito maiores por não ter no primeiro momento como se mobilizar de forma rápida e eficiente, o projeto de contenção pré-estabelecido.

É uma situação de grande apreensão onde o Estado do Rio de Janeiro e muitas cidades e municípios se encontram. A incerteza toma conta de todos nós e é mais do que louvável levantarmos esta bandeira contra essa injustiça, pois nosso povo muito já fez para crescer com afinco, paixão e trabalho. E não é justo que agora nos tirem a esperança de dias melhores que aos poucos tem se desenhado no horizonte das nossas vidas.

A Acadêmicos do Grande Rio em 2013, assim como toda a comunidade de Duque de Caxias, se une a todos os Municípios produtores de Petróleo e em uníssono conclama sua indignação contra o desrespeito de que estamos sendo vitimados.

Temos orgulho de ser brasileiros, amamos o RIO e vamos à luta!


Roberto Szaniecki
Carnavalesco
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