Carnaval

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Debate "O Processo Criativo do Samba-Enredo"



Foi realizada nesta noite (27/01) a terceira mesa de debates sobre o carnaval carioca, no Teatro Sesi Centro.
Sob o tema “O Processo Criativo do Samba-Enredo”. Luis Carlos Magalhães (pesquisador e mediador do debate), André Diniz (compositor da Vila Isabel), Álvaro Luiz Caetano (Compositor e ex-presidente da Mangueira), J. Velloso (compositor da Beija-Flor), Eri Galvão (ex-julgador de samba-enredo) e Luiz Carlos Máximo (compositor da Portela) deram uma grande aula sobre o samba de enredo, que segundo os componentes da mesa é o quesito principal no julgamento, pois influencia diretamente outros quesitos e pode definir o campeonato de uma escola. Deste modo foram lembrados o samba do Salgueiro, de 1993, “Peguei um Ita no Norte” e o da Vila Isabel, de 1988, “Kizomba  - Festa da Raça”, como sendo sambas-enredo que impulsionaram a vitória destas agremiações tamanha à emoção despertada na avenida.
André Diniz falou da dificuldade de se fazer um samba quando os enredos não ajudam, citando o caso do enredo “Mitos e Histórias Entrelaçados Pelos Fios de Cabelo”, da Vila Isabel, de 2011.
Luiz Carlos Máximo foi o escolhido para falar sobre a quantidade exagerada de compositores que assinam um único samba. Em sua explicação, Máximo, diz que isso ocorre porque está cada vez mais caro levar um samba até a final, então alguns parceiros escrevem e outros patrocinam a disputa. E todos assinam a obra e ganham os direitos autorais sobre a mesma. Segundo o compositor, sem dinheiro, a parceria não consegue levar o samba até a final. Disse ainda que a Portela tem uma das disputas mais baratas, chegando a 60 mil reais (dinheiro investido pelos compositores para chegar até a final). Quanto a isso, André Diniz criticou as escolas que fazem disputas grandes, chegando até 15 semanas... Pra o compositor, uma disputa não precisa ser tão grande, isso só faz com que os compositores gastem cada vez mais dinheiro.
J. Velloso disse que sua parceria esse ano na Beija-Flor é composta por dez parceiros, fazendo coro ao custo das disputas.
Eri Galvão comentou que quando julgava o quesito samba-enredo cantava os sambas em casa, investigando se a melodia e a letra  propiciavam o canto dos componentes, pois este é um dos pontos que o julgador deve avaliar.
Alvinho comentou sobre seus sambas vencedores na Mangueira, disse que no seu tempo não existia sinopse e que os temas dos enredos eram bem mais fáceis para se escrever um samba. Disse também que se o carnavalesco for inteligente ele deve aceitar as sugestões dadas pelos compositores nas letras dos sambas-enredo, mesmo se alguma coisa não estiver dentro do que ele planejou na sinopse.

Vale lembrar que mais dois debates serão apresentados. No dia 3/02 (O PAPEL SOCIAL DA ESCOLA DE SAMBA E AS TRADIÇÕES) e dia 10/02 (GERAÇÕES DOS BLOCOS DE RUA).


Veja Fotos do debate “O Papel Criativo do Samba Enredo”



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