Carnaval

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Ordem dos desfiles, carnaval 2011


Nesta qrarta-feira (30/05/2010) a Liga das Escolas de Samba do Grupo Especial definiu a ordem dos desfiles para o próximo carnaval. A primeira de domingo será a campeã do grupo de acesso de 2010 e a primeira de segunda será a escola que ficou em penúltimo lugar no grupo especial . As últimas a desfilar continuam sendo Mangueira e Beija-Flor, uma tentativa da LIESA para fazer com que o público fique até o final do espetáculo.



Confira a ordem dos desfiles


Domingo - 6 de março de 2011

= 21h – São Clemente
2º = Entre 22h05 e 22h22 – Imperatriz Leopoldinense
3º = Entre 23h10 e 23h44 – Mocidade Independente de Padre Miguel
4º = Entre 00h15 e 01h06 –Unidos da Tijuca
5º = Entre 01h20 e 02h28 – Vila Isabel
6º = Entre 02h25 e 03h50 – Mangueira

Segunda-feira – 7 de março de 2011
1º = 21h – União da Ilha
2º = Entre 22h05 e 22h22 – Salgueiro
3º = Entre 23h10 e 23h44 – Portela
4º = Entre 00h15 e 01h06 – Grande Rio
5º = Entre 01h20 e 02h28 – Porto da Pedra
6º = Entre 02h25 e 03h50 – Beija-Flor de Nilópolis


quarta-feira, 23 de junho de 2010

Sinopse da Unidos da Tijuca, carnaval 2011

Enredo: Esta noite levarei sua alma
Carnavalesco: Paulo Barros


Todas as noites vocês voltam. Arrastam-se até aqui, pagam, entram e, em pouco tempo, estão rezando para sair. Mas não há como desistir. Depois que embarcam, não têm mais forças para levantar antes de chegar ao final. Precisam saber como tudo vai terminar ou nunca mais encontrarão tranquilidade. Serão incapazes de permanecer sozinhos, tremerão a cada ruído, perderão os sentidos, vagando durante noites de pavor. Então, venham...

Entreguem suas almas, descubram suas fraquezas, encontrem o fim. Todos têm o mesmo rosto: a boca trincada, os olhos de espanto, as mãos frias, o medo de atravessar. Retorcem seus corpos nos assentos, não conseguem se mexer, sair do lugar, enfrentam cada etapa. Querem o escuro e o silêncio. Estão imóveis, apavorados, indefesos. A expressão de horror acompanha o choro, o lamento, o grito, o grunhido, a explosão, o ruído, as máquinas de destruição. A ameaça pode assumir qualquer forma. Pode estar em qualquer lugar. Alguns virão para defendê-los. A maioria virá para destruí-los...

E, através dos séculos, o desejo da conquista espalhará luta e sofrimento. E o mundo se dividirá entre os homens da guerra e os homens da paz. Algozes e vítimas. Senhores e escravos. Não importa onde: nas aldeias, nos campos, travam batalhas que derrubam corpos nas areias e pelas cidades; na Terra ou em outros planetas. Virão de todos os lugares. E vocês permanecem assim: assistindo a tudo, vendo cada cena e se emocionando. Segurando a espada e sentindo a dor do ferimento, a tristeza da perda, o temor do próximo ataque. De onde virá? Forças estranhas vêm do além, seres fantásticos atravessam o espaço devorando planetas. Nada sobrevive ao seu poder devastador.

Vocês presenciam o inabalável ataque das trevas, sofrem com a tragédia da miséria humana, temem os espíritos furiosos, suportam o sofrimento da incerteza, a dor da mentira, a angústia do preconceito. Esperam por aqueles que serão capazes de combater as injustiças, transformar cordeiros em leões, caçar os fantasmas, conceber mirabolantes planos de fuga ou, simplesmente, exercitar o direito à liberdade, transcender limites, explodir fronteiras. Perseguir seus desejos a qualquer preço, em qualquer lugar. Mesmo que isso se torne uma obsessão por devorar suas vítimas. Transformar algozes mercenários em covardes, diante do temor de um reencontro. Ou defensores da vida, em vítimas da ganância de covardes. Destemidos? Sim, mas até quando...

Talvez se vocês tivessem escolhido uma vida mais tranquila, no campo ou numa cidadezinha do interior... Será? Cada um colhe o que planta. E esse pode ser o começo do fim. Não adianta se esconder, ele vai te encontrar. E pode ser onde menos se espera. Nas brincadeiras divertidas da infância, na entrega ao riso fácil quando se desarmam as defesas. Na procura pelo segredo que jamais deveria ter sido revelado. Cuidado, lá se esconde o terror. Como se livrar dele?

A maldição, para alguns, deve arder na fogueira. Para outros, é preciso punir o mal, enfrentando aqueles que causam tristeza, morte e dor. Não importa. Herege ou bruxo, demônio ou santo, quem encontrar a resposta poderá ser a próxima ameaça a ser controlada.

Estão com medo... Por que ainda temem, se já embarcaram e não há mais nada a fazer? Já sentiram isso antes? Certamente, porque aqui estão. Então, prossigam... Vençam suas batalhas, enfrentem suas assombrações. Mas sem esquecer que elas voltam, sempre voltam... Por mais que vocês tentem se livrar, elas querem vingança e não desistirão. A maldição nunca será vencida, ela não termina, ressurge quando já não mais se acredita que possa existir. Vocês podem até se esconder e rezar. Mas não vão escapar. Quando a extinção termina, o desafio começa. Seres pré-históricos, violentos, abomináveis. Tenham medo, porque esse pode ser o último mergulho... Talvez eles sequer estejam vivos. Muito além da morte e da imaginação, haverá uma aventura que viverá por toda a eternidade. Sobrevivam a ela, se forem capazes. E, se não forem, peçam ajuda.

Podem acreditar que estarei sempre ao lado, espreitando... Aguardando o momento em que, exaustos, vocês desistirão. E se entregarão, sem luta, à impossibilidade.

Não sentem a brisa quente e o perfume delicioso dos frutos, só o calor sufocante? Desejam o descanso da longa travessia? Sofram, então, porque não é possível voltar. Esta viagem não tem retorno. Em pouco tempo, sentirão o peso dos grilhões, a dor da chibata, o sofrimento do exílio, o desejo pela liberdade.

Mas o que está acontecendo aqui? Não me obedecem? Por que continuam a resistir, se não haverá um só homem de pé que possa testemunhar tanta bravura? Todos irão comigo e desaparecerão. Novos tormentos virão, crueldade, ignorância, estupidez. Não querem aceitar o domínio? Não desistem jamais? Lutam contra a opressão, querem voltar para casa? Caminham juntos, aos milhares, aonde irão? Não percebem que não adianta? Ninguém voltou jamais, acreditem! Que força é essa a que assisto sem nada poder fazer? Como trazê-los de volta ao pesadelo? Pareciam tão frágeis ao menor sinal de tempestade, e, no entanto, renascem! Afinal, o que os assusta realmente? Pareciam mortos de medo, incapazes de reagir e, agora... Como ousam? Me enganam e zombam de mim? Para onde estávamos indo? Não podemos mais voltar porque, enfim, chegamos. Aqui estamos. Esperavam por nós.

E vocês se divertiam comigo esse tempo todo, não? Então, me enganavam? Mudavam sem que eu percebesse? Só agora entendi que me conduziam, faziam de mim personagem de um filme em que eu não poderia decidir o final. Nas telas ou na vida real, dominam a arte do começo sem fim. Recomeço. Aí estão, deixando para o futuro a ousadia de um passado sem medo. E, a cada ano, surgem novos personagens, novas histórias de lutas e glórias. De simplicidade e força. Porque têm a certeza de que o que está na outra margem é mais um motivo para eternizar a vida. A história de um povo de coragem, que possui o surpreendente poder de se reinventar. Fim?


Paulo Barros
Isabel Azevedo
Ana Paula Trindade
Simone Martins

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Sinopse da Beija-Flor, carnaval 2011

Enredo: A Simplicidade de um Rei Autoria: Comissão de Carnaval (Laíla, Alexandre Louzada, Fran Sérgio, Bira Silva e Victor Santos)

Me leva meu sonho em viagem, por uma estrada colorida, onde o tempo pede passagem e carrega, em sua bagagem, as lembranças que eu trago da vida. E lá vou eu, bem longe, além do horizonte, vivendo esse momento lindo, a reconstruir meu castelo de sonhos entre emoções, como quem chora sorrindo. Olha dentro dos meus olhos e vê quanta lembrança que na distância do tempo guardei. Ah! Como o tempo passa, é como se o trem que me trouxe, voltasse e dissipasse a fumaça, e eu então retornasse pras coisas que eu deixei. Meu pequeno Cachoeiro, essas terras entre as serras, doce terra onde eu nasci, te confesso, você é a saudade que eu gosto de ter, e que mora pra sempre em mim; é como sentir você bem perto, é como estar desperto pra ver tudo igual como era antes, que nada se modificou, e ouvir de novo as águas cantantes do meu Itapemirim. Me vejo menino, correndo aos braços de minha mãe, pro seu abraço, e no carinho e afago, me envolver num laço, e adormecer, como sempre eu fazia. Olhar meu pai, e seus cabelos brancos, seu rosto marcado, à disfarçar o cansaço com um sorriso franco das verdades da vida e ouvir as suas histórias, lições que me fizeram crescer e, do jeito simples à esconder as dificuldades, tentando encher minha vida de fantasia ao enfeitar as coisas que eu via. Ah! Quem dera... Poder fazer desse tempo, uma eterna primavera, desabrochar em flor pra sempre, o flamboyant no meu quintal, e deitar à sua sombra, e sentir aquela brisa mansa, que sopra enquanto lança o perfume do laranjal. Vai e vem na minha mente, esse vento do tempo, e traz as ondas do rádio que um dia me embalaram ao som de tangos e boleros, velhos tempos... Belos dias... Onde o meu sonho crescia nas cordas de um violão. Hoje relembro e refaço aquela despedida, nas lágrimas soltas na estação, a partir na promessa de uma volta, como todos que um dia se vão e assim, na lembrança, colar os cacos do meu coração, me redimir e repartir essa dor e a saudade, nos versos de uma canção. Assim, como naquele dia, eu me vejo, com aqueles olhos tristes, porém cheios de esperança, buscando encontrar à sorte, todas as coisas que um dia eu sonhei pra mim, e me deixo levar em ritmo de aventura, nas batidas do meu coração, igual a quando aqui cheguei, nesse Rio de Janeiro, no seu abraço aberto, hospitaleiro, na transviada inquietude daquela louca juventude, que andava na contra-mão. E não adianta nem tentar esquecer, o que durante muito tempo em minha vida passou a viver... Eu me lembro com detalhes, a velha calça desbotada, a jaqueta encouraçada e a brilhantina no cabelo. Meu mundo girava no vinil da vitrola, vivia voando no meu carro, à 120 por hora, a velocidade andava junto a mim, e sem saber quando, nem pra onde, me levava ao espaço, como “Sputnik” pelo ar. Nas curvas e esquinas da vida, encontrei amigos, parceiros da mesma viagem, e seguimos juntos a mesma estrada, como bons companheiros, amigos de fé, irmãos camaradas, que eu não esqueço jamais. Aquele era o meu momento, nascia um novo tempo, agitando o mundo ao som do Iê Iê Iê, e com ele, um movimento: a Jovem Guarda, que assim, como do nada, me coroou o seu rei. E eu então, me perguntava: - Que rei sou eu? Que rei que nada... Eu sou terrível! Um lobo mau, um negro gato de arrepiar, talvez um gênio... Nem pensar! Basta ver os erros do meu português ruim... Avancei sinais, vivi em festas de arromba e, pra conquistar garotas, dispensei meu cadilac, me rendi à um calhambeque, fui o bom no Splish Splash dos beijos roubados no cinema, de garotas papo firme, namoradinhas dos amigos e dos brotos no portão... Foi quando me lembrei do passado, do romântico apaixonado que eu era, do meu velho violão, e da simplicidade de dizer ‘Eu Te Amo’ com a voz do coração. Assim então, assumi meu reinado e proclamei, como um brado à esquecer a tristeza e ter a certeza de que a felicidade um dia vem, que daqui pra frente, tudo vai ser diferente, e que eu quero que vá tudo... Tudo pra quem ama com ternura, tudo, pra tudo que se quer bem. Eh!.. Esse mundo dá voltas... E, numa delas, lá ia eu e meu sonho viver, era uma força estranha, uma voz tamanha que me levava a cantar, a atravessar fronteiras, a romper barreiras, ‘parlando’ italiano a ‘Canzone Per Te’; e foi assim, de mansinho, que San Remo todinho, viu e ouviu o amor vencer. E assim, afaguei em meus versos, mil mulheres, enxergando a beleza de todas as formas e proporções, foram tantas, foram todas, tantas rimas, em tantas canções. Desvendei caminhos, procurei atalhos, como a abelha necessita de uma flor e na sede de amor, bebi das paixões desenfreadas, por metáforas descrevi o côncavo e o convexo, o sexo como cavalgada. Me vi em desalinho, a fazer ninho nos lençóis macios, a deixar marcas sem me importar com a desordem de tanto amar, entre os botões que se desatam e se abrem em braços que se abraçam e se enlaçam no céu do êxtase, mudando estrelas de lugar. E então, desse infinito universo de prazer, me abastecendo de brasilidade, viajei na verdade da vida do meu povo, de cada palmo desse chão; no dia-a-dia da cidade, na lida pra ganhar o pão. Fiz da canção a passageira no táxi das nossas ruas; no campo foi ela a companheira, tangendo em moda de viola, nas veredas desse sertão, e fui presente na saudade que roda e rola no coração disparado, no pára-choque estampado, todo dia nessa estrada, a contar horas de ansiedade na boleia de um caminhão. Fiz da minha voz, um grito de alerta à consciência dos seres humanos a zelar pela natureza, e usei a poesia em defesa do céu, da Terra e do mar; fiz chegar àqueles que estão surdos, a mensagem, que o progresso, às vezes absurdo, tantos males nos traz, e que é preciso saber viver, que a razão precisa entender enquanto há tempo e passar a seguir o exemplo: ser civilizado como os animais. É meu irmão, nessa vida são idas e vindas que me levam na brisa do vento, no fluxo das marés em movimento, à algum lugar bonito e tranqüilo pra gente se amar, pois de que vale o paraíso sem amor?... E continua a viagem e mergulho livre num oceano de desejos, a singrar ondas de emoções, a flutuar num mar de rosas, como navegante dos sentimentos, comandante de tantos corações. E por fim, essa fé que me faz otimista demais, me fez subir a montanha, à dispor do alto, minha voz à voz de Deus, a fazer do meu cantar, uma oração para a humanidade, a descobrir no verbo, a sua essência e sua verdade, a tornar-me um instrumento mensageiro de paz e de boa vontade. Não, eu não sou rei... Mas acho que me tornei amigo do Rei, o Rei dos reis, esse ser de luz, a claridade que faz com a sua simplicidade, a força que me conduz. São tantas emoções já vividas, detalhes de uma vida, histórias que eu contei aqui. E se hoje você me faz seu enredo, é talvez, a maior das emoções dessa minha vida, a qual, com palavras, não sei dizer, mas quero sim, abrir meus braços num abraço e em suas asas, Beija-Flor, me entregar e agradecer, e assim poder definir com singeleza, como é grande o meu amor por você! E se não há nada pra comparar, deixa o seu samba explicar, esse puro sentimento, que só o coração pode falar. Agora eu sei o que é ter um milhão de amigos e bem mais forte poder cantar... Canta Beija-Flor! Pois seu canto acenderá ainda mais essa chama, essa aura azul e branca que te encanta, que te dá força, fé e esperança, que ilumina o sorriso de suas crianças, anjos de guarda da sua herança, essa luz que cobre como um manto essas “nossas senhoras”, Marias, mães baianas do samba. Que os céus as abençoem, e que derramem por todo o seu povo essa luz que do amor emana e inflama o mundo através da nação nilopolitana, uma luz divina e que assim se traduz: Uma luz que nos une e se funde numa só luz, que nos traz a simplicidade e a paz do verdadeiro Rei, a paz do Nosso Rei Jesus.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Sinopse da Imperatriz Leopoldinense, carnaval 2011


Enredo: A Imperatriz Adverte: Sambar Faz Bem à Saúde

Carnavalesco: Max Lopes
Pesquisa e texto: Emanoel Campos Filho e Gabriel Haddad


Uma viagem pelo tempo, leva a Imperatriz a passear pela história da Medicina, conhecendo a sua origem e o seu desenvolvimento. A arte de salvar vidas deve ter sua importância enaltecida e merece essa grande homenagem oferecida pelos leopoldinenses. Deixe o tempo te levar... Desperta a Velha África. Desperta do solo africano o poder de curar. Nos primórdios de sua existência, o homem encontrava na caça de animais e na coleta de espécies vegetais, os meios para sua sobrevivência. Nômade por excelência, nutriu-se dos elementos naturais encontrados para exercer o poder da cura. Praticava rituais que buscavam o autoconhecimento e o equilíbrio do ser, através das manifestações da natureza e da compreensão de seus fenômenos. Os sacerdotes africanos, primeiros praticantes da mágica arte da cura, evocavam a sabedoria da mãe-natureza para aprender o perfeito modo de utilização das plantas, raízes e ervas medicinais. Batidas de tambor. Danças. Ervas. Curandeiros. Uma viagem espiritual ao encontro das formas de proteção e controle do corpo. A cura estava diretamente ligada à magia e à crença na força dos poderes da natureza e seus elementos. Com o passar do tempo, diversas outras civilizações pelo mundo passaram a desenvolver seus próprios pensamentos médicos. Dentre elas, pode-se citar os hindus, fundadores da Ayurveda (Ciência da Vida); os semitas em geral, que acreditavam na noção de que a doença era um castigo divino; os mesopotâmios que viam uma relação entre a movimentação dos astros, a mudança das estações e as doenças; os chineses, através de sua medicina tradicional que se baseava na cura por plantas e outros elementos naturais; e, principalmente, os egípcios. O esplendor da civilização do Egito Antigo trouxe a evolução do conhecimento de diversos procedimentos médicos, o uso de numerosas drogas e a realização de pequenas cirurgias, além da técnica da mumificação, marcando a história da arte de curar. Um traço comum entre essas sociedades citadas é a profunda relação entre a religião e a prática da cura. Seus povos, diferentemente do homem pré-histórico, acreditavam na existência de deuses superiores aos homens, que seriam os verdadeiros responsáveis pela saúde e pela doença. Os deuses, não só eram os detentores do poder de curar e dos conhecimentos médicos, mas também respondiam pelo desequilíbrio do corpo humano e pelo envio das doenças e enfermidades. A cura mítica ainda era a base da crença do povo da Antiguidade. A magia e a religião se enlaçavam e influenciavam a prática médica. O povo da Grande Grécia, inicialmente, sustentava suas crenças em sua mitologia, na qual os poderosos deuses influenciavam a vida e a morte, tendo o poder de curar ou provocar doenças. Os gregos acreditavam que a doença era um severo castigo dos céus, enquanto a cura, uma benção divina. Nos templos de Asclépio, Deus grego da Medicina, se realizavam rituais para curar, englobando banhos e poções para relaxar e adormecer, já que a cura deveria vir com os sonhos, durante o sono do enfermo. Com o desenvolvimento do valor humanístico na Grécia, a prática da cura tomou um caráter racional, empregado principalmente por Pitágoras, o que possibilitou o surgimento de uma medicina verdadeiramente científica. Hipócrates, o pai da medicina, desenvolveu métodos que se baseavam na filosofia, no raciocínio e na lógica, idealizando um modelo ético e humanista da prática médica. A objetividade e a precisão se tornaram elementos imprescindíveis para o diagnóstico das enfermidades, sendo necessária a separação da Medicina da noção religiosa. Os estudos realizados pelos médicos passaram a substituir a fervorosa crença nos deuses e na cura pela magia pela observação empírica de seus pacientes. Com o início do período da Idade Média, a ciência médica, assim como a vida humana, passou a ser dominada pela Igreja Católica. Esta, abafou o desenvolvimento científico e filosófico, trazendo tempos de trevas e pouca evolução para a Medicina. O conhecimento era restrito ao ambiente católico, tendo os monges como principais pensadores, que deveriam basear seus estudos na fé e na salvação da alma, ao invés da evolução científica. Para a Igreja Católica, o corpo do homem era intocável à dissecação, pois este representava o corpo de Cristo, considerando o estudo de anatomia algo pagão e inumano. A desprezível falta de noção higiênica da sociedade medieval possibilitava a proliferação de diversas doenças, que se tornavam verdadeiras epidemias.A peste negra aterrorizou a população européia e assolou o continente, deixando fortes marcas em seu chão. Da escuridão, renasce a esperança com surgimento de movimento humanista, no qual era centrado o Renascimento europeu. Um novo jeito de pensar. Uma nova mentalidade. O homem é o centro do universo. Em total contraponto à era medieval, o período renascentista trouxe diversos avanços e descobertas científicas para a Medicina. As universidades passaram a se distanciar das bases religiosas e dos credos eclesiásticos, focando nos estudos de anatomia e fisiologia, muito pesquisados por Leonardo da Vinci (pai da anatomia), Versalius e Michelangelo. Brilha. Reluz o século das luzes. Com o advento do Iluminismo, correntes filosóficas surgem na Medicina, enfatizando o uso da razão e da ciência para explicar o universo. Um grande desenvolvimento das especialidades médicas, como a Cardiologia, a Obstetrícia e a Pediatria tiveram um grande desenvolvimento, apresentando novos caminhos para a evolução da medicina moderna. A criação do microscópio, do termo célula, da homeopatia, além das diversas descobertas na física, química e outras áreas, foram importantes acontecimentos iluministas, que possibilitaram o progresso da Medicina em geral. Todas as evoluções demonstradas nos períodos anteriores se tornaram base para o grande desenvolvimento que a Medicina contemporânea apresentou e continua a nos apresentar. Sua evolução é constante e surpreendente. A imunização preventiva, a descoberta do raio X, a descoberta de novos medicamentos, e a cirurgia plástica são frutos deste esforço da Ciência Médica. Apesar dos debates éticos trazidos pela sociedade civil, os estudos de genética e células artificiais trazem esperança para a criação de novos remédios e vacinas preventivas. Além disso, a evolução dos estudos do DNA, traz os segredos da "Chave da Vida", possibilitando o desenvolvimento de pesquisas relativas à clonagem. A Medicina e a arte de curar estão sempre em evolução. O estudo e as pesquisas são extremamente necessários para que a construção de novas técnicas de cura, ou novas formas de prevenção a doenças, surjam. Povo do Brasil, povo carioca, de bem com a vida, feliz e festeiro, vai buscar no carnaval e no samba a sua felicidade e a cura para os seus problemas. O brasileiro encontra o seu bem-estar ao vestir a sua fantasia e passar pela passarela da imaginação, ao ouvir a batucada da bateria, ao sentir o pulsar do surdo como se fosse o seu próprio coração, ao ouvir a melodia do cavaquinho, ... O povo quer sambar, quer encontrar uma forma de esquecer os seus problemas. Sai pra lá, dengue! Sai pra lá gripe suína! O que resta a este povo guerreiro é a felicidade. Rio de Janeiro, palco do maior carnaval do mundo. Venha para cá e encontre no samba a cura para a sua dor. Deixe o prazer do samba e do carnaval dominarem seu corpo. Com o prazer que sentimos, nosso corpo libera uma substância chamada endorfina. Esse hormônio, ao ser liberado, viaja pelo nosso organismo, oferecendo uma sensação de bem-estar, conforto, tranquilidade e felicidade. Sinta o "hormônio da alegria" correr e alivie a sua dor sambando. O samba também faz bem para o corpo e para a mente. Além disso, devemos reconhecer os grandes esforços dos médicos brasileiros, que tentaram, de diversas formas, trazer saúde ao nosso povo e conhecimentos para a evolução de novas técnicas médicas. Oswaldo Cruz. Carlos Chagas. Vital Brazil. Ivo Pitanguy. E muitos outros. Parabéns médicos brasileiros! Parabéns médicos de todo o mundo! Não perdendo o espírito carnavalesco, podemos afirmar que, mesmo com toda a evolução que a Medicina tem nos apresentado e com todo o seu desenvolvimento, de acordo com a letra da marchinha dos antigos carnavais, ainda está pra nascer o doutor que cure a dor de cotovelo. "Penicilina cura até defunto
Petróleo bruto faz nascer cabelo
Mas ainda está pra nascer, O doutor
Que cure a dor de cotovelo"
Marchinha de Klécus Caldas e Armando Cavalcanti Sambista, esqueça a dor! Vista a fantasia e caia na folia com a Imperatriz! Sambar faz bem à saúde!